domingo, 19 de dezembro de 2010

À nanquim, pra fixar.

Seus olhos me enxergaram
E eu nasci
Como se não tivesse vivido antes
Nasci como no meio do rio
Uma nova fonte

O nosso tempo não é o do mundo
Diz sua voz rouca em meu ouvido.
Logo penso:
O mundo não tem tempo!
O tempo não tem mundo!
Por isso ficam mudos
Nos vendo desfilar
Sobre linhas das razões
Que a razão de entender não há.

Peço-lhe que me escreva
Em seus cadernos de memórias
Memórias presentes, futuras e póstumas.
Do tempo que me esperou, que me vive e o que me aguarda.

Se é tão certo que sou tua poesia
Quero estar nas primeiras páginas e rodapés
Em seus índices de massas e painéis
Entre lindas acácias e simples viés.

Não quero ser a poesia do quase
Ou do talvez
Do amor?
Ah tanto amor não cabe bem!
Não cabe bem em uma...
Mais uma poesia de amor?
Delas o mundo está cheio!

Quero ser a poesia do sempre,
Do em frente, do lembre,
Do sente, do tente
Da lente cristalina que te mostra o mundo.
A moça dos olhos,
Dos beijos,
E dos pulos!


                                        Ivy Coelho
                                       20/12/2010

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