segunda-feira, 14 de março de 2011

Saudades,

Quando seu cheiro não vem logo
Quando seu beijo é desejo, que não posso saciar.

Quando seu braço, não é abraço
É projeção da mente tola, que já não quer racionar
A minha sanidade.

Ah, que estardalhaço de saudade
Que gostosa a sua imagem!
Que ao menos posso saborear...

Ah, que ingenua essa fotografia
Não tem o brilho, a magia
Contida em seu olhar.

Reprodução frustrada de uma beleza,
Que ao menos pode imitar.


                                        Ivy Coelho
                                        15/03/2011
                                              00:35 h

Onde o vento faz a curva

Sua falta faz hora dentro de mim
O tempo demora
Os segundos são horas, e as horas agora
Parecem o fim!

O sono chega devagar
Mas nem ele derruba
O muro de solidão
Que desenha as minhas curvas
Onde o vento uiva seu nome
Seguindo ouvido a dentro

Pelos labirintos de meus pensamentos
Corredores extensos
De plantas tristes escorrendo pelas paredes
Como lágrimas do meu amor.
E ao fim dos corredores,
Um beco sem saída,
Nossas imagens estendidas,
Onde a sua é mais bonita.

Lá onde o vento faz a curva,
Uivando a sua falta,
Minh'alma soturna.


                                 Ivy Coelho
                                 15/03/2011