sexta-feira, 10 de maio de 2013

Zero

Beija-me a boca e esqueço de tudo
Faz-me nua em seus braços e desperta o eu mais profundo
Eu que se consome em ti,
Como vela acesa, chamando sua cera.
Velando a noite, a lua, a cheia.

Beijo tua boca e sou dona do mundo
Sobe-me a espinha um arrepio fundo
De onde eu nem sabia que existia
Onde há paz e fúria, fogo e ambrosia.

Entrego-me a ti no olhar,
Recuso reclusa o futuro próximo ansiar
Pois vivo na gostosa incerteza de onde o barco há de ancorar.

                                                                             Ivy de Almeida Coelho
                                                                                  10/05/2013 – 15:39


P.S.: Zero, porque o zero é o ínicio e o fim de tudo numa coisa só.

Nenhum comentário:

Postar um comentário