quarta-feira, 12 de junho de 2013

Sensibilitas

Num dia desespero
Agora melancolia
E às vezes até parece, que não há alguma agonia.

E eu assim vou sendo
E assim vou vivendo
Saudades e seguimento
Alívio e descontentamento

Eu me permitir voar
Eu me permitir me apaixonar
Mesmo por todos os seus defeitos
Porque eu já conheço as visões turvas
As imagens facetadas rubras
De um relacionamento

Somos o tempo subjetivo
O tempo infinito que findou-se numa tarde de sábado
E você sempre fingindo
Que os segundos importam em alguma parte de nós
Usando eles pra se limitar
Como usa o meu pesar, para tentar se perdoar.

Ivy de Almeida Coelho

12/06/13

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Avesso


Grito aos homens indolentes
Que parem e acalmem esta dor!
E aos músculos que tem força
Que me tirem deste horror!

Eu que sou homem etiqueta
E não sei mais viver disforme
Sou quadrado, me tornando
Redondo ou delgado
De acordo a ordem, dentro dos conformes.

E minhas idiossincrasias
Que outrora desenhavam feições tão minhas
Agora são estampas!
E eu que luto contra o sistema
Tenho em minha cabeça moldura produzida em série,
Por todo nós que somos contra.

E como ser eu, onde todos os eu’s que posso ser
Já foram aparentemente produzidos?
Choro num canto, cinematograficamente reprimido.
Nos reunimos em debates, protestos e mesas redondas.
E vamos pra nossas casas remando, a favor da onda.

Almejamos alcançar os  meios
Que tantos criticamos
Que causa graça e desgraça
Desfaz verdade e faz enganos.

Pensamentos diferentes,
Mas o mesmo meio de chegar.
Nos degladiamos, atropelamos,
Queremos chegar ao mesmo lugar,
Impomos nossa cultura e estilo andar.
Será que também não queremos manipular?

Sempre me pergunto que diversidade
É essa que cabe num check-list,
Porque precisamos do meio-manipulador para dar o revide?

E no fim das contas percebo que não
Sei o que estou fazendo.
Muito estudo e me divirto para mostrar
O que sou por dentro
Mas quem sou além do descontentamento?

                                                          Ivy Coelho


                                                             16/05/13

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Zero

Beija-me a boca e esqueço de tudo
Faz-me nua em seus braços e desperta o eu mais profundo
Eu que se consome em ti,
Como vela acesa, chamando sua cera.
Velando a noite, a lua, a cheia.

Beijo tua boca e sou dona do mundo
Sobe-me a espinha um arrepio fundo
De onde eu nem sabia que existia
Onde há paz e fúria, fogo e ambrosia.

Entrego-me a ti no olhar,
Recuso reclusa o futuro próximo ansiar
Pois vivo na gostosa incerteza de onde o barco há de ancorar.

                                                                             Ivy de Almeida Coelho
                                                                                  10/05/2013 – 15:39


P.S.: Zero, porque o zero é o ínicio e o fim de tudo numa coisa só.

sábado, 18 de agosto de 2012

Querer, sem querer


Quis gritar
Quis chorar
Quis respirar...

Quis subtrair o seu último suspiro
Quis revoltar-me com furor de um ímpio

Quis querer lhe ensanguentar
Com as cores cinzas que em meu mundo fez pintar

Quis que sentisse a ínsipidez
Da aiala que levava-me a modorra da insensatez

Eu quis, foi o que me fez partir.

Eu quis querer, eu quis você
Eu quis alimentar, eu quis sonhar
Eu quis arriscar...

De toda forma definharia meu coração
Se não me pusesse a tentar.

E foi-se feliz, enquanto me punha a caminhar.

                                            Ivy Coelho 
                                           18/08/2012
                                                   17:13

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Lágrimas de Anjo







Suas lágrimas são reis que escorrem pelo rosto
Matando a minha vontade de ficar louco
Decretando o fim do meu silêncio
Fazendo- me cais de Hemo.

Insanidade que por vezes,

levou-me pela palma
Em sua ardil calma
Para que não visse a sua alma
Morrer de frio
E tivesse de vestir
O dolente libré dos exclusos

Mas que epístolas contarão os homens do futuro?
As de indolentes, inertes e mudos?

Pois mudo agora minha história
E juntar-me-ei as tuas lágrimas
Pois apenas agora, compreendo que
plateia também é lacaio.

Oh anjo, responda-me:
Podem ser as idiossincrasias maior que os homens?

                                               Ivy Coelho
                                               17/08/2012

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Descoberta

Hum... seu beijo salgado
Seus cílios molhados
Olhos iluminados
Pelo sol

Hum...sua calma entre ondas
Açúcar em pleno mar
Um beijo de calma
O beijo de alma
O seixo e
As palmas do entardecer

Como não pensar?
Quando os olhos querem fechar.
Como segurar?
Se o real parece o sonhar.


                  Ivy Coelho
                  15/12/2010




quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Fechando os olhos para dormir

Eu posso fechar os olhos
E fingir que você me abraça 
Como a noite envolve a lua 

Eu posso me cobrir agora
E fingir que todo este vento
Não é a sua ausência arrepiando meus sentidos
Amedrontando o meu sono
Pois único arrepio que gosto de sentir, vem de você.

Eu posso tudo
Aqueçer o frio 
Preencher o vazio
Só não posso dormir a vontade de estar com você

Eu posso tudo
Na certeza de te ver amanhã.

Agora que tudo faz sentido, eu descobri que nada tinha sentido.
Agora que tenho você comigo,
Posso tudo.


                                 Ivy Coelho
                                 24/11/2011


P.S.: Sei que não é meu estilo de escrita, está parecendo até música pop-romântica
Estadunidense. Foi a inspiração do momento. Estava escutando Closing Time do Semisonic
(pra quem não conheçe música do filme Amizade Colorida) depois de tentar dormir mil vezes 
se sucesso. Depois que ama alguém, nunca mais dorme direito longe dessa pessoa!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A Dança dos feixes de luz

O sol, de manhã,
Teimosos transluz
As nuvens pintadas no céu
Distante, eu, tentando entender
A dança dos feixes de luz
Visto assim
O mar é o salão
Espelho sincero de passos perfeitos do céu
Sendo assim me esmero em paixão
Lapido em busca do amor dentro do paredão


Embora haja pouca plateia hoje em dia
A lua e o sol se alternam
E sem recear em deixar a coxia
Resplandecem no palco do céu


E é nesse baile que eu vou me achar
Na dança dos feixes de luz
E é nesse baile que eu vou me achar
Na dança dos feixes de luz


Afino minha arte pequena
Buscando acertar a menor
Parcela da arte suprema
Querendo entender o artista maior


                                       
                                             Diogo Lima


P.S.:
Esta é uma música de uma banda chamada Forró Massapê, todos que acompanham o blog sabem que não é de meu feitio publicar obras de terceiros e muito menos música. Não fiz isso apenas por adorar a música, se este fosse um bom motivo, meu blog estaria cheio delas! Acontece que esta poesia merece atenção é a prova de como uma música pode ser boa, de fácil entendimento e incrivelmente poética sendo jovem e atual. Aliás, neste caso, atemporal. E o mais improvável: é um forró, não é uma musica chata! 

Este é um ótimo exemplo para os poeta se compositores de plantão! Com criatividade e inteligencia é possível ser um bom poeta com uma linguagem fácil e atrativa. Parabéns aí ao Diogo Lima, que compôs esta obra prima. Espero que continue servindo de exemplo e estímulo para nós jovens escritores de todas as áreas. 

Beijos e Queijos pra todos, até mais!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Um Turno Soturno

Correndo a coxia a noite segue vazia
Me entorpecendo de sono que não me relaxa
Não me tira do abandono dessa sua leve falta.
Leve como pluma,
Suave como espuma,
Roçando na pele macia e se dissipando em sopros de calmaria.

O peso da falta que faz,
Não me parece muito voraz.
Mas consome minhas possíveis cercas e ovelhas.

E esta é a madrugada de sexta,
Dos ócios em caixas de concretos e madeiras.
Sejamos amantes ou errantes,
Apaixonados agora ou nunca antes.
Estamos todos envoltos nas noites de solidão,
Buscando nos lençóis resquícios de razão.
Pra dormirmos em paz, no vão.


                                                       Ivy Coelho
                                                       27/08//2011

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Desejos

Me ame,
Me lambe,
Me tange de olhos profundos marcantes.

Me some, 
Me tome,
Consome antes que nos joguem nas esferas de Dante.

Hão de explodir nossos desejos
No silencio das minhas noites
No sossego do seu medo. 

Há de fazer mundo inteiro
Sem cor, na dor
De outro beijo,
Com vácuo e freio.


                                Ivy Coelho
                                 11/08/11